segunda-feira, maio 17

Não queiras saber de mim

Estou cansada. Cansada de insistir para que tu não insistas, para que pares e olhes para ti. Não como uma visita ao espelho, mas para a tua essência para os teus actos que tanto me trilharam. Porque me fazes isto? Porque me dilaceras? Porque me fazes mentir em vez de desapareceres como todas as bolas de sabão desapareceram naquele dia no parque…?
Fazes-me sentir gélida e tão amarga. Estou cansada e perdida, tenho os pés feridos e o corpo da minha alma golpeado de lutar contra ti, e contra a tua alma imunda. É assim que me fizeste, que me criaste no teu mundinho perfeito (para ti). E verdade das verdades, assombra-te eu ter defesas para além dele.


Não quero mais saber de ti

Pelo menos hoje...

terça-feira, maio 11

Sempre

Agarrei-te tão perto de mim, do meu coração minúsculo mas para ti sempre houve espaço, sempre. É como se metade tivesse adormecido, para não dizer morto. Esta frio, muito frio lá fora, se calhar foi o frio deste inverno rigoroso que te congelou a alma, congelou o que era “meu”, ou que dizia ser.
As pessoas gastam o seu tempo todos os dias, pelas cidades, pelos quatro cantos do mundo e desperdiçam os seus “para sempre”. Só vos peço que guardem os vossos para vocês mesmos, que não digam, ou ofertem sem sentir que podem dar um pedacinho dele. Não falo de um ano, três ou quatro. Não quero nem nunca quis um para sempre assim na minha vida, nunca o esperei de ti. Esperei o que todas as pessoas esperam. Envelhecer contigo numa casinha em frente a um campo de girassóis e uma vinha, com um cavalo e muitos bicharocos. Vermos o sol se por na varanda, onde tomamos o nosso chá, e levemente me tocas na mão. Onde relembramos todas as viagens que fizemos, todos os momentos que capturamos com a minha Canon e que sempre guardámos religiosamente. De quando me ias buscar a escola, de quanto te ia esperar a porta do emprego. Dos filhos que tivemos, e das suas traquinices.
Mas nada é assim, nada foi assim.

Foi esse para sempre que te dei.

Mundo Imundo

Tento ignorar que sinto este vazio, e que não há nada nem ninguém que o consiga tapar. É como que uma criança com fome que não consegue parar de chorar e de exigir de mim, que o alimente, e que o preencha. Estou cansada. E descrevo-o com palavras curriqueiras e não muito elaboradas, porque estou cançada deste mundo imundo.
Aliás dos mundinhos das pessoas, que so pensam no seu umbigo, que para elas são perfeitinhos com toda a certeza. Hoje não quero ser querente nem muito menos poeta. Hoje quero dizer o que me vai na alma tim tim por tim tim sem rodeios ou palavras mansas. Estou cançada e enjoada de quem só pensa em si, e nas suas vontades meramente supérfluas, que diz por dizer e finge sentir. Desilusão? sim, gelada e deformada por aquilo que EU julguei ser verdade. Cada vez que conheço melhor as pessoas mais me desiludo, com a sua sujidade e desprezo pelo seu semelhante, por quem tantas vezes foi transparente, e esteve a seu lado sem fim.

Vamos sair dos mundinhos de cada um, vamos?

Hoje apteceu-me.